Os corantes fazem parte dos aditivos alimentares, ou seja, substâncias que são adicionadas a um alimento para que ele se torne mais agradável ao nosso olhar de consumidor. Seria estranho tomar um suco de morango de cor amarela, não é mesmo? O macarrão fica mais bonito, a bebida parece mais realista e, pelo menos no caso das crianças, tudo fica mais divertido com a profusão de cores que vemos na prateleira do supermercado.
Entre todos os aditivos, os corantes são os mais problemáticos em relação aos possíveis efeitos colaterais que podem causar, principalmente de origem alérgica. Um exemplo conhecido na prática clínica é o da tartrazina, um corante que confere aquela chamativa cor amarelada aos salgadinhos artificiais e pode estar cifrada em um rótulo industrializado sob o código INS 102 do sistema de numeração da Organização Mundial de Saúde. Nem sempre a tartrazina é reconhecida tão facilmente. Em preparações pouco ácidas, ela se torna avermelhada; junto com corantes azuis, adquire nuances de verde.
Como reações alérgicas típicas aos aditivos, observaremos o inchaço no rosto (ou, no jargão médico, edema), placas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de muita coceira (urticária) e até reações mais extremas como falta de ar devido a comprometimento das vias respiratórias: inchaço na glote (que fica na entrada dos pulmões) ou nas próprias paredes dos brônquios, a “bronquite” (ou asma). Poderá acontecer ainda, mais raramente, queda de pressão e até desfalecimento (anafilaxia grave).
Como primeira medida procura-se evitar o agente que produz o efeito indesejável. Alguns alimentos têm pouca chance de esconder algum aditivo preocupante. Entre eles estão os pães e cereais, manteiga e óleos vegetais, carnes (exceto porco), frutas, vegetais e bebidas como leite, chá, água e suco de frutas não industrializado.
Por outro lado, evitar o agente suspeito em ítens tão diferentes como balas, salgadinhos, sucos não caseiros, geléias, compotas e sobremesas industrializadas, bolos, recheios coloridos, extratos de tomate/ketchup, produtos em lata, iogurtes, chocolates, refrigerantes, salsichas e sorvetes, aproxima-se de uma “missão quase impossível”.
Os medicamentos anti-alérgicos (tecnicamente chamados de anti-histamínicos) terão seu papel no tratamento de um evento desagradável e, quando a reação não for grave, talvez sejam o único medicamento prescrito. Tanto melhor que as versões atuais dessa classe de drogas não provocam mais os efeitos colaterais de sono e ganho de peso.
Fonte: http://www.tratandoalergia.com.br/2006/conteudo_fiquepordentro.asp?i=200